Blog de Escárnio e Maldizer

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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Um povo calmo


Segundo um jornalista português presente no julgamento do assassino em massa Anders Behring Breivik o que o terá impressionado mais foi a calma demonstrada pelo povo norueguês. Toda a gente se comporta como o senhor estive ali acusado de fanar umas carteiras no metro.

Convenhamos que não é normal! O homem é apenas um dos assassinos mais loucos e frios das últimas dezenas de anos. Seria de esperar pelo menos uns quantos apupos, vaias ou insultos. Mas não. Os noruegueses comportam-se de uma forma impecável, civilizada, educada. Como exprimem o seu desgosto perante a barbárie? Cantam canções que o homem detestava. É louvável, mas também um tanto bizarro.

É que exteriorização dos sentimentos não só é normal como salutar (dentro dos limites do razoável). Esta discrição e cordialidade parece mais uma auto-repressão que nos deve fazer refletir.

Mas pode ser só o meu sangue latino a falar.

Tiro no pé


"D. Juan Carlos sai à socapa de Espanha para dar uns tirinhos em África, qual aventureiro do século XIX, mas é apanhado devido a um tropeção". É a descrição caricaturada do sarilho em que sua Majestade espanhola se meteu depois de uma viagem não declarada ao Botswana. 


Muito se tem dito sobre este episódio, inclusive quais as verbas envolvidas, assunto tão melindroso em tempo de crise. Acontece que o problema resume-se a uma palavra: EXEMPLO. E o exemplo dado foi péssimo!


Desde logo porque espera-se que o rei seja um referencial de conduta. Aliás pouco mais resta aos monarcas europeus, despojados de quase todos os seus antigos poderes. E se o exemplo dado à nação é fraquinho, o que resta?


O tema do exemplo é central nas monarquias europeias modernas e neste aspeto tem sido um "annus horribilis" para a família real espanhola. O genro do rei, Iñaki Urdangarin, Duque de Palma vê-se envolvido num caso de "falsificação de documentos, prevaricação, fraude e desvio de fundos públicos".  Um neto menor do rei dá um piro no pé (literalmente). Sai um livro em que é exposta a triste vida conjugal da rainha Sofia.


Dir-se-à que o rei também tem direito à sua vida privada. Pois não tem. Tudo o que faz para fora do seu quarto é público. É o ónus da monarquia.


Portanto a questão não está em saber se a viagem custou muito ou pouco. Isso é absolutamente irrelevante. Sair para fazer umas férias de luxo, quando aos espanhóis se pedem sacrifícios é reprovável. Não interessa de que bolso saiu o dinheiro. 

E caçar elefantes? Sinceramente! Que atitude pouco civilizada. A foto estilo "Buffalo Bill" junto magnifico paquiderme barbaramente abatido é a cereja no topo do bolo!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Só desisto se for eleito

Nem todos os candidatos a PR têm a mesma frontalidade de Manuel João Vieira: " Só desisto se for eleito".

Num país normal estaríamos infelizmente entalados entre a inevitabilidade de eleger Cavaco Silva e aturar os outros "losers". Mas graças, não sabemos a quê, somos surpreendidos e bafejados com a sorte de ter um "verdadeiro" candidato que consegue ser ainda mais irreverente que Manuel João Viera (desculpa lá pá!).

José Manuel Coelho é melhor que um candidato saído directamente de um filme de cómico de Louis de Funès (lembram-se daquele fulano que só fazia palhaçadas, mas ninguém realmente achava piada?). Ao menos agora já temos a corte completa. Só cá faltava mesmo a carta fora do baralho.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O poeta Alegre

Como a falta de ideias úteis para o país é grande, o poeta Alegre ataca Cavaco Silva com um assunto absolutamente irrelevante. Queremos nós lá saber a quem Cavaco vendeu acções e quanto ganhou com elas!

Não deixa de ser sintomático que os candidatos saídos do partido que mais tem praticado o "clientelismo" e que arruinou o país com decisões erradas venham lançar uma cortina de fumo para nos distrair da sua responsabilidade na situação em que nos deixaram.

Mas até pode ser que também aí o poeta Alegre não tenha ajudado muito. Porque, por aquilo que se sabe, quando toca a trabalhar a sua contribuição é escassa. Talvez fosse melhor que ele nos explicasse temas tão importantes para a vida dos nossos filhos como a iniciação sexual com as criadas. Coisas de aristocratas da politica!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Capa Revista Sábado de 29 de Dezembro 2010

Mesmo a terminar o ano a Revista Sábado brindou-nos com um tema de Capa esclarecedor: "Histórias surpreendentes de antepassados nobres"continuando com "Algumas figuras públicas mais influentes do País são descendentes de reis, condes e barões que marcaram a monarquia. Conheça as suas vidas extraordinárias." 
Assim percebemos que em dezenas (centenas) de anos o pessoal que estava "agarrado" ao poder (neste caso os seus descendentes) continua basicamente a ser o mesmo. Não admira que o país continue sempre a ser a mesma treta. Só apetecer dizer: Camaradas, a luta continua!



sábado, 1 de janeiro de 2011

2011





2011, cá vamos nós!

Temos todas as promessas de cortes e dificuldades e IVAs mais altos, mas que se lixe! Festa é festa.

sábado, 18 de setembro de 2010

O reino da cervejola


Quando se julgava que havia limite para o sentido do ridículo, eis, senão quando, a Central de Cervejas decide dar um passo em frente e apresentar a Cerveja Sagres Bohemia como "Fornecedor oficial da Casa Real". Não fosse o brasão de Portugal com uma coroa em cima e julgaríamos que estávamos perante um caso de penetração no mercado espanhol ou inglês. Pura gargalhada!

A justificação dada pela Central de Cervejas (fundada em 1934) é também caricata, ao assumir-se como herdeira das casas cervejeiras existentes no século XIX.

O que já não é caricato é que a Central de Cervejas ajuda à propagação da ideia cor-de-rosa de que existe uma "legitima" Casa Real, 100 anos depois da implantação da República. Convém lembrar que o último rei, D. Manuel II, morreu sem deixar descendência e tudo o que existe neste momento são várias linhagens de parentes afastados do nosso último rei. A Central de Cervejas decidiu contudo explicitamente privilegiar um dos pretendentes assinando um protocolo e dando uma festarola  a comemorar o lançamento da "Real Bejeca".

Como não estamos para alimentar sonhos e convicções alheias já fizemos a nossa escolha: