Blog de Escárnio e Maldizer

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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Tiro no pé


"D. Juan Carlos sai à socapa de Espanha para dar uns tirinhos em África, qual aventureiro do século XIX, mas é apanhado devido a um tropeção". É a descrição caricaturada do sarilho em que sua Majestade espanhola se meteu depois de uma viagem não declarada ao Botswana. 


Muito se tem dito sobre este episódio, inclusive quais as verbas envolvidas, assunto tão melindroso em tempo de crise. Acontece que o problema resume-se a uma palavra: EXEMPLO. E o exemplo dado foi péssimo!


Desde logo porque espera-se que o rei seja um referencial de conduta. Aliás pouco mais resta aos monarcas europeus, despojados de quase todos os seus antigos poderes. E se o exemplo dado à nação é fraquinho, o que resta?


O tema do exemplo é central nas monarquias europeias modernas e neste aspeto tem sido um "annus horribilis" para a família real espanhola. O genro do rei, Iñaki Urdangarin, Duque de Palma vê-se envolvido num caso de "falsificação de documentos, prevaricação, fraude e desvio de fundos públicos".  Um neto menor do rei dá um piro no pé (literalmente). Sai um livro em que é exposta a triste vida conjugal da rainha Sofia.


Dir-se-à que o rei também tem direito à sua vida privada. Pois não tem. Tudo o que faz para fora do seu quarto é público. É o ónus da monarquia.


Portanto a questão não está em saber se a viagem custou muito ou pouco. Isso é absolutamente irrelevante. Sair para fazer umas férias de luxo, quando aos espanhóis se pedem sacrifícios é reprovável. Não interessa de que bolso saiu o dinheiro. 

E caçar elefantes? Sinceramente! Que atitude pouco civilizada. A foto estilo "Buffalo Bill" junto magnifico paquiderme barbaramente abatido é a cereja no topo do bolo!

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